quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

alguém.

«Our egos want us to think we're all snowflakes, no two alike. But really we all want the same things:
love, forgiveness... chocolate.»


(Thirteen, Dr. House)


Ridiculamente, apeteceu-me escrever-te. Que absurdo! É como se me estivesse a dirigir a um ser mítico, divindade grega ou, melhor dito, romana que, apesar de conscientes da sua inexistência, acreditamos no brilho, magia e beleza dos quais se fizeram acompanhar e que tanto enriqueceram a humanidade. Também tu, meu ser divino, trouxeste uma luz mais brilhante à minha vida que, para minha desolação, não passou de ilusão de óptica, reflexo imaginário do que eu tanto quis (re)encontrar.

Nestes frios dias de inverno, não tenho nada que me aqueça o coração. Sorrio ao recordar como tu, sem que te desses conta, o sabias fazer de forma particularmente bonita. Na verdade, é das nossas conversas “luso-italiano-anglo-francófonas” que eu tenho saudades, dessas tuas palavras doces que me faziam sentir renascida, fénix a arder por entre a chama de calor que em mim, ironicamente, reacendias.

Foram tantas as vezes que eu te sonhei,
nos sonhei. E sonhar é bom. Até ao ponto em que, por precisarmos nem que seja da mais pequena coisa que dê um sentido à nossa vida, queremos, desesperadamente, tornar o sonho realidade. Essa, contudo, é medíocre e pobre, fica aquém de como a sonhámos, do que dela queríamos fazer.

Eu fiz de ti uma imagem de perfeição, do inteligível que tanto ansiava atingir. Ainda a mantenho. A verdade é que nunca me desiludiste. Porque, mesmo que te sonhasse, eu nunca me iludi. Sabia conscientemente da distância que nos separava, das palavras que eu tinha que deixar por dizer. Não era demente o suficiente para te contar dos meus sonhos, embora me fizesses sentir uma criança, ignorante do que é a racionalidade, cheia de sentimento, de paixão, de amor. Longe de mim alguma vez ter pensado amar-te! É ridículo pôr, sequer, isso em questão. No entanto, adorava-te. Não no sentido de "gostar de", mas naquele de venerar. Por isso, fiz de ti uma imagem de perfeição, de um deus tão perto do céu. A imagem que permitia sentir-me viva. Agora, a imagem rasgou-se, eu já não te tenho.

E, no fundo, não é que sinta necessariamente a
tua falta, mas sinto falta de alguém…

(eu juro que, um dia, te desbloqueio no msn)

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